Até meados do século XIX acreditava-se que as espécies eram imutáveis, princípio chamado fixismo. A partir do século XX a evolução passou a ser mais aceita e é hoje o eixo central da biologia.
Evidências evolutivas:
Estruturas análogas são aquelas que apresentam a mesma função, mas não derivam de modificações de estruturas semelhantes em um ancestral comum, nem apresentam a mesma origem embrionária. Este tipo de semelhança não é usada para estabelecer relações de parentesco. As estruturas análogas são frutos do que se chama evolução convergente, em função da adaptação a uma condição ecológica semelhante. Determinadas estruturas evoluem independentemente em dois ou mais grupos de seres vivos que não possuem um ancestral comum.
Estruturas homólogas são aquelas que derivam de outras já existentes em um mesmo ancestral comum exclusivo, podendo ou não estar modificadas para exercerem uma mesma função.
A divergência evolutiva se refere a estruturas com mesma origem embrionária, mas que desempenham funções distintas.
Estudos de relação de parentesco evolutivo consideram apenas caracteres homólogos. Estes caracteres podem ser plesiomórficos, que ocorrem em um grupo ancestral ou derivado (apomórfico) que corresponde a uma modificação da forma plesiomórfica. As condições derivadas são usadas para definir relações evolutivas entre grupos de seres vivos, deste modo apenas as sinapomorfias (caracteres apomórficos compartilhados) devem ser usadas para definir os grupos monofiléticos e, consequentemente delimitar grupos taxonômicos.
- Órgãos vestigiais – são órgãos que em alguns organismos são reduzidos e geralmente sem função, mas que em outros organismos exercem função definida. A importância evolutiva destes órgãos é a indicação de parentesco evolutivo.
- Estudo dos fósseis – é considerado fóssil qualquer indício da presença de organismos que viveram em tempos remotos na Terra.
Partes duras dos organismos, partes congeladas, impressões como pegadas, impressões de folhas, de penas de aves extintas. O estudo dos fósseis nos permite conhecer organismos que viveram na Terra em tempos remotos. Muitas vezes estudar características do ambiente em que viveram e assim fornecer indícios de parentesco com espécies atuais.
- Evidências moleculares – todos os seres vivos constituídos de células possuem como material genético o DNA, onde estão contidos os genes. O RNA é uma molécula transcrita de DNA e que pode ser traduzida em proteínas, portanto o DNA, RNA e proteínas são moléculas presentes em todos os seres vivos que surgiram na Terra. Modificações ocorreram ao longo do processo evolutivo permitindo uma variabilidade de seres vivos. A comparação de bases nitrogenadas do DNA, do RNA ou de proteínas de diversos organismos permite estabelecer um grau de proximidade entre eles. Quanto maior a semelhança nas bases nitrogenadas ou entre proteínas, maior a proximidade evolutiva.
Teorias evolutivas
- Lamarckismo – Lamarck (1744-1829) postulou que as espécies evoluíam e que as mudanças ocorridas se deviam a dois fatores:
.o uso e o desuso, que determinava que o uso de um órgão faria com que ele se desenvolvesse e o desuso faria com que este se atrofiasse.
.a lei dos caracteres adquiridos afirma que uma característica adquirida por um organismo através do uso e desuso era passada aos descendentes.
Sabe-se hoje que as características de um indivíduo estão em seus genes e estas apenas são transmitidas pelos gametas. Para que uma característica adquirida seja herdada, seria preciso haver uma mutação nos genes dos gametas.
Apesar das teorias de Lamarck terem sido refutadas, merece crédito, pois foi um dos primeiros cientistas que defendeu a evolução e tentou apresentar um mecanismo para explicá-la.
Lamarck considerava que as modificações ocorridas deviam-se a alterações ambientais, ele introduziu também o conceito de adaptação dos organismos ao meio.
- Darwinismo – Charles Darwin durante suas viagens observou espécies que diferiam
ligeiramente uma das outras. Darwin passou anos avaliando determinadas características das espécies e relacionando suas variações. Após a leitura de Malthus sobre populações, concluiu que os indivíduos com mais oportunidades de sobrevivência seriam aqueles cujas características fossem mais apropriadas para enfrentar as condições ambientais.
Assim, surgiu o conceito de seleção natural, que explica que ao longo de gerações, indivíduos de uma espécie são selecionados por apresentarem características que os tornam mais aptos a sobreviverem em determinado ambiente. A seleção natural é um processo lento e longo.
O mecanismo da evolução por seleção natural se dá da seguinte forma:
- Em uma mesma espécie existem indivíduos com variações na forma e na fisiologia.
- Boa parte destas variações é transmitida aos descendentes.
- Como os recursos naturais são limitados, indivíduos de uma mesma população lutam por sua sobrevivência.
- Apenas os mais aptos sobrevivem e deixam descendentes.
O principal problema da teoria de Darwin foi não conseguir explicar como estas características eram transmitidas.
Para Darwin o ambiente atua selecionando características favoráveis, enquanto para Lamarck o ambiente atua modificando as características.
- Teoria sintética da evolução ou neodarwinismo – contribuiu para explicar de forma mais abrangente a evolução. Segundo esta teoria a evolução ocorre pela ação de vários fatores, como a seleção natural, mutação, migração.
A redescoberta em 1900 das leis de Mendel ajudou a explicar como as características eram passadas para a descendência.
- Mutação: mudança em uma sequência de bases nitrogenadas do DNA. A mutação pode ser provocada por um defeito no mecanismo de duplicação do DNA ou por fatores ambientais.
As mutações podem alterar genes isoladamente ou pedaços de cromossomos modificando sua sequência. As mutações só são transmitidas quando ocorrem nos gametas. O processo de mutação é raro e sua freqüência é baixa na população.
- Reprodução sexuada: favorece uma variabilidade genética ao recombinar os genes, não há criação de novos genes. Ao produzir indivíduos diferentes, ocorre um favorecimento para a seleção natural.
- Seleção sexual: características selecionadas que favorecem indivíduos na reprodução.
- Especiação: formação de novas espécies devido à processos que impedem os indivíduos de reproduzirem entre si, ocorrendo um isolamento reprodutivo. O isolamento geográfico pode levar a um isolamento reprodutivo, conseqüentemente impedindo o fluxo gênico.
Mecanismos de isolamento reprodutivo:
Pode ser pré-zigótico (impede o encontro dos gametas) ou pós-zigótico (impede a viabilidade ou desenvolvimento dos descendentes).
- Pré-zigótico:
. isolamento estacional ou temporal – períodos de reprodução diferentes.
. isolamento comportamental – rituais de acasalamento diferentes.
. isolamento ecológico – diferentes microambientes.
. isolamento mecânico – órgãos genitais diferentes, impedindo o encaixe.
. isolamento gamético – incompatibilidade entre os gametas.
- Pós-zigóticos:
. inviabilidade do híbrido – o embrião não completa seu desenvolvimento ou morre antes de atingir a idade de reprodução.
. esterilidade do híbrido – incapacidade produzir gametas funcionais.
MUito obrigado.. esse trabalho vale nota total, graças a você nao vou reprovar :3
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